O que é o tempo? Se ninguém pergunta isso, eu não me pergunto, eu o sei; mas se alguém me pergunta e eu quero explicar, eu não o sei mais.
(Agostinho de Hipona)

sábado, 28 de janeiro de 2012

A face imoral da Igreja Católica

Não foram poucos os artigos que critiquei ferozmente, e com razão, as políticas imorais da Igreja Católica e do Sumo Pontífice, Bento XVI. Venho recolhendo já faz alguns meses, em jornais e revistas, além de pequenos artigos na internet, frases e ações calamitosas dos chefes da Igreja Católica. Posições em diversos assuntos que fogem do entendimento moderno. Não sou contra as tradições culturais e religiosas que ela representa, aliás, sou completamente fascinado por sua História, seus documentos e suas belíssimas obras de arte. Critico simplesmente sua incansável tentativa de pregar o moralismo, quando a mesma é extremamente imoral. Qualquer um, católico ou não, que abrir um livro sobre o tema, vai concordar com minha próxima sentença: a Igreja Católica, desde os tempos da Roma Antiga, é a instituição mais poderosa, influente, rica e imoral até então existente. Hoje não são poucos os problemas insolúveis que assolam o trono reluzente de São Pedro. O fundamentalismo religioso, o ultra-conservadorismo, a pedofilia clerical e a corrupção são as maiores cruzes na Gólgota da Igreja. Para uma instituição que tem como bandeira a verdade religiosa sobre o mundo, ser atingida por problemas éticos que constituem “crime” representa um duro golpe.

Mesmo atualmente, em razão da ciência e da quantidade de novas crenças, a influência e o poder ideológico-político que o Papado ainda possui através do alto clero, sobre os diversos governantes ocidentais, é extraordinariamente chocante. Graças à lei divina da ”infalibilidade” [livre de erros] que jorra da boca do papa desde os primórdios da Igreja, eles querem que acreditemos que a Igreja não erra, nunca. Equívoco bárbaro. Não só erra como continua errando. Após essa frase, chegará um “fiel católico” dizendo: mas é claro que ela erra, a Igreja é formada por homens, e os homens são falhos. Concordo com você. Mas aposto que o Papado e o Colégio de Cardeais não concordariam. Diversas frases ditas pelos líderes da Igreja, nos mais diversos locais do planeta, têm chocado o mundo desde o fim do ano passado. Um cardeal norte-americano teria comparado uma passeata a favor dos direitos civis dos homossexuais a uma passeata da organização racista Ku Klux Klan – sociedade secreta que assassinou dezenas de milhares de negros no século XIX e XX. Já um arcebispo europeu afirmou que uma mulher que comete o aborto deveria ser brutalmente estuprada. Algum tempo depois foi ao público para pedir desculpas. Desculpas? Lutamos diariamente contra a violência feminina, então vai um arcebispo, indivíduo do alto clero com grande poder ideológico, e diz abertamente uma barbárie dessas? Já um influente padre em Brasília, que abusava sexualmente de seis crianças há um ano, foi “preso”. Dono de uma herança de 5 milhões de reais, ele foi detido na cama com a secretária da paróquia – a polícia também encontrou uma arma de fogo calibre 36.

Na metade do ano passado um grupo de ativistas a favor dos direitos humanos levou a júri internacional denúncias contra o Papa Bento XVI, acusando-o de crimes contra a humanidade quando administrava a Igreja ao lado de João Paulo II. Além disso, a crítica global em razão de seus últimos discursos que exalam preconceito se fortalece cada vez mais. Nos EUA, na Irlanda, Alemanha, na Polônia e aqui no Brasil, casos de pedofilia estão brotando diariamente. Hoje as famílias e os adultos, outrora abusados e violentados, ressurgem sem medo de retaliações dos chefes religiosos. Poucos foram – e são – presos. Arcebispos continuam acobertando casos e mais casos de corrupção e pedofilia. O Papa jaz inerte em meio a um mundo que está antes tarde do que nunca, reagindo. Hoje a mídia, apesar de manipuladora, não dá trégua e não teme os contra-ataques da cúpula católica. Não é de hoje que a imoralidade assola o Vaticano. Durante séculos existiram papas depravados, ladrões e assassinos, como Sérgio III, Alexandre VI, Paulo III e Leão X, e que deixaram uma marca profunda de devassidão. Pois é, a dinastia mais poderosa da História da humanidade, a mais influente e rica instituição de todos os tempos continua de pé, sedenta pelo poder e orgulhosa, mas aparentemente enfraquecida. Os planos ainda são arquitetados nos bastidores, o cetro com a cruz de ouro ainda está fincado no Ocidente e a Colina Vaticana, em Roma, ainda alcança os sete cantos do Planeta.

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