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Quanto mais os dias e as horas passam, maior é o temor da civilização moderna para com o termino do calendário maia – e maiores são as baboseiras e notícias inescrupulosas que vejo nos mais diversos meios de comunicação diariamente, principalmente na internet. No próprio jornal “O Guarani” [jornal no qual escrevo semanalmente] me deparei, já na última edição e no editorial, com um pequeno texto escatológico sobre 2012. Enfim, alguém precisa dar uma explicação para este tal medo do “fim do mundo maia”. É chegada a hora – antes tarde do que nunca – de voltarmos a analisar sobre essa fantástica civilização pré-colombiana, seus feitos socioculturais e suas profecias religiosas. Temo que não vá tardar para padres e pastores começarem a demonizar a religião e a sociedade desses seres da antiga América. Ah, vale lembrar também que essa não é a primeira vez que discorro sobre o tema aqui no jornal, então, vamos lá.
Os maias não foram os primeiros – e nem serão os últimos – que alertaram os seres deste planeta sobre o fim dos tempos. Os hindus na Índia, a Igreja Católica em Roma, os muçulmanos nos vastos desertos do Oriente e os Astecas aqui na América Latina, também fizeram suas previsões e arquitetaram suas próprias profecias. Entretanto, graças à mídia atual e ao fim do calendário maia, no dia 21 de dezembro deste ano, é chegada a hora da população global se preparar para mais um suposto “Armageddon”. Bem, foi por volta dos séculos IX e X, que os maias desenvolveram atividades agrícolas, tendo como base o cultivo do milho. Fixaram-se então na região da península de Yucatán, indo de Honduras a Guatemala. Já nos séculos XI a XV, eles desenvolveram imponentes metrópoles, cidadelas e templos, além disso, organizaram de acordo com estudos astronômicos, um majestoso calendário cíclico, com extrema precisão cronológica e climática. A religião deste extraordinário povo era politeísta e Kukulkán, era o principal deus do panteão maia, significando “serpente emplumada”. As cidades maias eram autônomas, por isso os conflitos militares eram recorrentes. Decorrente de guerras entre príncipes e reis, além de conflitos sociais que levaram à fome e a destruição cívica, eles desapareceram alguns anos antes da chegada dos colonizadores europeus – mesmo assim, após a conquista, poucos livros e documentos sobraram, em razão da destruição de grande parte da cultura pelos padres e exploradores católicos, por ter sido considerada “pagã” e demoníaca.
Sobre o fim da última era do calendário maia, estão envolvidas grandes polêmicas. Nada está academicamente confirmado entre os arqueólogos, antropólogos e historiadores. O que esses estudiosos sabem é que o povo maia era extremamente inteligente e dominou diversas ciências: desde as artes, a culinária e a arquitetura até a astronomia, a matemática e a escrita. A exatidão aritmética e artística do calendário é admirável. Cada um dos lados do grande círculo de pedra (ilustrado com formas geométricas e arte religiosa) corresponde aos 91 dias de cada estação do ano. Somados ao último degrau da grande pirâmide de Kukulkán, na antiga capital Chichen-Itzá, totalizam os 365 dias do ciclo solar. Intelectuais conhecedores do assunto confirmaram que nada de destruidor e cataclísmico vai acontecer, como foi exageradamente mostrado no filme “2012”. O fim seria para os maias, e somente para eles. Seria, para aquele povo, um momento espiritual que iria transcender todo e qualquer ciclo temporal que já havia passado. Os deuses iriam descer dos céus e renovar toda e qualquer alma perdida e esparsa, uma grande redenção espiritual maia. Enfim, pode ficar tranqüilo e comece desde já a preparar suas férias de 2012, pois até agora nada ainda foi cientificamente confirmado.
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