O que é o tempo? Se ninguém pergunta isso, eu não me pergunto, eu o sei; mas se alguém me pergunta e eu quero explicar, eu não o sei mais.
(Agostinho de Hipona)

quinta-feira, 11 de abril de 2013

EUA vs. Coreia do Norte: A beira de um colapso nuclear?


Segundo o ex-líder cubano Fidel Castro, em um dos seus mais recentes artigos publicado pelos conglomerados de mídia estatal em Cuba, o mundo estaria novamente à beira de um colapso nuclear, deixando registrado que o primeiro havia sido o conflito entre os Estados Unidos da América, a União Soviética e Cuba no ano de 1962, episódio que ficou conhecido como “a Crise dos Mísseis”.

Castro refere-se ao novo leque de tensões político-militares entre os EUA e um de seus mais antigos rivais, a Coreia do Norte. E só para constar: o conflito não é novo. Durante a Guerra Fria, período que engloba a segunda metade do século XX, em que o mundo viveu sobre influência de duas grandes potências, o Leste soviético e o Oeste capitalista, o Ocidente propôs a divisão da Coreia para evitar disputas mais acirradas com a URSS: a decisão foi que uma parte ficaria sob a sua influência, já a outra para a esfera dominada pelo ditador soviético Joseph Stálin.

Tal divisão acabou por levar à separação efetiva da Coreia em duas “irmãs inimigas”, desgraça para os povos que lá habitam – algo que persiste até os dias de hoje. Segundo a tradicional mídia brasileira, a Coreia do Norte, outrora sobre influência comunista, persiste arraigada às suas raízes marxistas – uma questão que carece de uma melhor análise. Os países que se intitulam “comunistas”, como a China, aparecem mais como uma mescla entre uma simbólica retórica socialista, uma administração centralizada e repressiva e uma economia de mercado aberta para o mundo, abraçando traços até mesmo selvagens do próprio capitalismo.

Vivemos sim um período de tensões políticas entre um imperialismo estadunidense desenfreado, que em nome da democracia, dos direitos humanos e de seus valores, ultrapassa o senso e a lógica, mostrando que fala muito bem a “língua das bombas”, e um país ditatorial na defensiva, cultural e socialmente diferente. O jornalista Breno Altman sintetizou o período no qual vivemos em uma bela frase: “A Coreia do Norte está longe de ser uma pantomima do absurdo. Eles sabem o que fazem. Seu regime sobrevive porque aprendeu que a única linguagem entendida por Washington é a força. Quem não entendeu isso, dançou na história”. Nos resta esperar. É como dizem: tudo neste mundo é incerto. E como é.

Fonte: Itararé News; Coluna: Escritos de História e Política. Edição 14, Ano I.

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