O que é o tempo? Se ninguém pergunta isso, eu não me pergunto, eu o sei; mas se alguém me pergunta e eu quero explicar, eu não o sei mais.
(Agostinho de Hipona)

terça-feira, 7 de maio de 2013

Itararé: As tiranias da imprensa local


“A imprensa separa o joio do trigo. E publica o joio”, afirmou Adlai Stevenson, vice-presidente dos Estados Unidos da América durante o governo de Grover Cleveland (1893-1897). A meu ver, escrevo para um jornal que consegue fazer tal separação, e por isso parabenizo aqui o “Itararé News”. Ele permanece atento aos diversos problemas da cidade, mas também aplaude as conquistas de seus habitantes e de seu governo. Contudo, na esfera midiática itarareense são poucas as mídias que se portam de tal forma. Não é a primeira vez que analiso de forma crítica a imprensa de Itararé, e saiba meu caro leitor, que essa não será a última. Você deve estar se perguntando as minhas razões. Pois bem.

Preocupa-me o sensacionalismo, a falta de transparência e a mediocridade dos jornais que circulam por nossas ruas e bairros. Seus despreocupados leitores, não tolos ou ignorantes, mas despreocupados, tomam os discursos ali encaixados como verdades absolutas e fatos inquestionáveis. Como uma cobra ao deslizar em um gramado seco, agitam todos a sua volta, transformando a realidade e colocando tudo em xeque. Ao folhear os textos recém-publicados de inúmeros jornais da região, me recordo dos tempos conturbados da França pré-revolução. Diversos eram os panfletos que circulavam no decadente reino de Luis XVI. Zombavam da impotência do rei, do anseio sexual da rainha, das luxúrias do clero católico e das patifarias da nobreza de Versalhes. Meias mentiras, meias verdades. Claro, os tempos são outros, mas estariam hoje tais “panfletos jornalísticos” colocando toda a transformação política que assistimos nestes últimos meses em Itararé, em xeque?

Segundo o escritor George Orwell, com “a invenção da imprensa tornou mais fácil manipular a opinião pública, processo que o filme e o rádio levaram além [...] existia pela primeira vez a possibilidade de fazer impor não apenas completa obediência à vontade do Estado, como também completa uniformidade de opinião em todos súditos”. Voltando-se para nossa realidade, a “obediência” da qual Orwell se refere recai sobre os ombros de grupos que podem colocar tudo a perder. Não sou contra a imprensa investigativa e a fiscalização, a diversidade de jornais e muito menos contra a liberdade de informação. No entanto, faço um alerta: tomem cuidado com os discursos e fatos distorcidos. Vivemos tempos de mudanças. Há inúmeros problemas a serem sanados, crendo piamente que eles logo serão. O interesse de tais indivíduos, como o exemplo da cobra no gramado, desliza sorrateiramente. Interesseiros que almejam o fim das atuais transformações, dando também um fim a nossa cidade, ao nosso povo e ao nosso futuro!

Fonte: jornal Itararé News.

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